PRODUTORES PEDEM AJUDA A TRUMP APÓS CHINA TROCAR SOJA AMERICANA POR BRASILEIRA

A American Soybean Association (ASA), principal organização representando os produtores de soja dos Estados Unidos, enviou nesta terça-feira (19) uma carta ao presidente Donald Trump solicitando urgência em resolver as tensões comerciais com a China. A iniciativa surgiu após Pequim substituir boa parte da soja americana pela produzida no Brasil.

Na correspondência, a entidade destaca a relevância da China como maior compradora global da commodity, responsável por mais de 60% das importações mundiais de soja. Tradicionalmente, os EUA eram o maior fornecedor do grão, mas isso mudou após as recentes disputas comerciais. Com as tarifas e barreiras, a soja americana ficou cerca de 20% mais cara que a sul-americana, o que fez com que os chineses voltassem seus pedidos para o Brasil que, por sua vez, aumentou sua produção para atender à nova demanda.

Dados da agência Reuters apontam que, em julho, as exportações brasileiras de soja para a China cresceram 13,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as compras de soja dos EUA pelo país asiático caíram 11,5%, segundo informações da Administração Geral de Alfândega da China.

Caleb Ragland, presidente da ASA, alertou para o impacto negativo da situação nos agricultores americanos. Ele afirmou que os produtores estão enfrentando sérias dificuldades financeiras, com preços em queda e aumento no custo de insumos e maquinário. “Estamos à beira de um colapso comercial. Os produtores não conseguem se manter diante de um impasse prolongado com nosso maior parceiro comercial”, declarou.

A carta também enfatiza que o mercado chinês está sendo perdido rapidamente. “Cada dia sem um entendimento agrava a perda de espaço dos produtores americanos na China. É fundamental que o governo atue para restabelecer esse canal de exportação essencial para o setor agrícola”, diz o texto.

Outro ponto de preocupação levantado é que a China não demonstrou interesse em adquirir soja americana nos próximos meses, exatamente em um período decisivo de colheita nos EUA. Segundo a ASA, a ausência de um acordo comercial até o outono agravará ainda mais a situação dos produtores locais.

Até o momento, a Casa Branca não se manifestou sobre o apelo da associação.

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